Monday, July 5, 2010

A Impossibilidade Do Amor

Some silly words for my brazilian friends.

Qual é a possibilidade de uma pessoa comum tem de se destacar dentre as demais? Eu digo pessoa comum, nascida com inteligência dentro dos padrões normais, aquela que é fruto de uma família nos moldes tradicionais, seja ela rica, seja pobre ou pertencente da maldita classe média. Família tradicional? Sim, pais que educam seus filhos a estudar, praticar atividades físicas, não se relacionar com péssimas companhias e inclusive dão conselhos sobre não usar substancias ilegais. Como uma pessoa pode amar, sendo criada por padrões? O amor está entrelaçado com a liberdade?
Aprecio e apoio a vontade de criar uma família, faz parte de um crescimento pessoal que é insubstituível para o individuo, construir o novo, ter filhos, e ai começamos o nosso entendimento sobre a questão. Começamos com a infância onde a prosperidade da humanidade já é colocada em jogo quando a pessoa nasce; a criança vem ao mundo e junto dela a esperança de todos os objetivos não alcançados pelo mundo, e que agora existe a possibilidade de algo novo aflorar, e a cada minuto que passa da vida da criança a ansiedade e a angustia crescem, pode parecer normal esse fato, mas é o erro irreparável mais grave que podemos cometer, a vida deve ser feita de fracassos, para que o caminho para a morte chegue com muito sucesso. Fato cotidiano, até que vem o primeiro obstáculo, a adolescência, toda a biologia dos hormônios contra o mundo, é hora de produção intelectual crua, de lutar contra a história da humanidade, a sociedade patriarcal e a crueldade das massas.
A adolescência é o único momento da vida onde podemos dar um golpe no mundo e deixar uma marca que nenhum ser pode passar por cima, é hora de ser genial, imbatível, sedutor, mas como fazer isso? Genialidade tem a ver com experiência, e o jovem muitas vezes não tem, vamos depender de talento? Quando percebemos já é tarde, o amor nessa idade esta descompassado com a vida. O amor pela sua causa, seus prazeres, suas emoções, e para honrar esse amor estamos perdidos, a causa para qual viveremos o resto de nossas vidas pode ter fim.
Ai vem a idade adulta, para aqueles que não se acomodaram, sejam bem vindos a maior angustia de todas, lutar por algo, estar a espera insaciável de novos rumos, ou, e, a morte. Diria que tais novos rumos seriam tentar colher frutos de todos os nossos lamentos que passamos imersos a vida toda, tal colheita exige técnica, a mesma exigida na juventude, como dito, muitas vezes não foi alcançada, e também não necessariamente com a mesma força, melhor que não seja, pois a fraqueza desse momento irá trazer uma beleza inconfundível para o que estiver produzindo, para que então sim teremos a dignidade e sermos leal ao nosso verdadeiro amor.
Algumas das minhas maiores influências aplaudem de pé esta produção de arte, tem ela como autêntica e indispensável para o ser humano, a obra pode ser mais valiosa que o destino humano, assim como a desgraça pode ser, e neste caso é, mais nobre que o sucesso unanime.
Amor. Vamos ao clichê menos acadêmico das nossas vidas, o que é essa coisa chamada amor? Não vou atropelar a genialidade de Cole Porter.
No entanto, acima de qualquer magia ou perda, nosso ensinamento como seres humanos e a origem das artes é a impossibilidade do amor, temos que nos consolar em adequar nosso sentimento mais profundo ao que temos, vemos e entendemos ao nosso redor, uma bomba letal atirada pela realidade contra nossos corações, e aquilo que construímos através de sonhos por toda nossa vida viram cinzas. Desejo sorte aqueles que lutarem contra essa maldição, mas ao meu entendimento o sucesso alcançado por estes será o total fracasso de uma vida.

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